NÓS

Chapter 60: Capítulo 59

Diego.

Sensação horrorosa de um aperto no peito desde ontem, não sabia o porque disso mas não passava por nada. Voltei para São Paulo obrigado, era isso ou dar adeus para a empresa e negócios. Minha cabeça estava lá no Rio, pensando em como estava a Manuela e meu filho, como eu sentia a falta deles.

A sensação de vazio era nova pra mim, jamais pensei em sentir isso por alguém mas eu estava me sentindo incompleto aqui.

Sabia que agora Manuela estava me odiando, não iria querer me ver nem pintado de ouro e seja lá Deus o que ela estava pensando de mim. Eu estava em reunião, os negócios na empresa de papai estavam em baixa e como eu e mais uns colegas éramos responsáveis por isso, tínhamos que estar em todas as reuniões sem falta.

— Diego, meu filho, você é responsável por isso — apontou para o slide — confio em você, sei que vai colocar nossos negócios em alta novamente — dei um sorriso forçado.

Como esse jeito falso do meu pai em irritava, na frente do pessoal sempre era o mesmo papinho, me colocava como uma pessoa incrível diante do pessoal mas na realidade me tratava como qualquer um, realçando sempre todos os meus defeitos e me tratando como apenas um serviçal.

Já me importei muito com isso algum dia, mas hoje eu ignorava e fazia o meu trabalho. Fazia um tempo que eu adotei o método de que prefiro ter paz do que razão e sigo minha vida dessa forma, melhor impossível. Com meu pai era muito difícil eu manter a calma, tratava de falar apenas o básico com ele pois já perdi muito o controle e isso foi o maior motivo para o problema que eu tive no passado. Eu não diria que odeio meu pai mas também é uma pessoa que eu evito ter o máximo de contato. A reunião acabou por volta das três da tarde, dei um checada no celular enquanto fechava mala mas não havia nenhuma mensagem importante. Ia saindo da sala quando meu pai me chamou, suspirei fundo e fui até ele.

se ajeitou em sua cadeira — quer conversar sobre alguma coisa que talvez esteja acontecendo?

— estou ótimo, obrigado — cocei a garganta e coloquei uma

para ter problemas — mexeu em uns papéis na mesa — foco e

dormido essa noite e estava morrendo de cansaço. Fui escutando um rock metal até chegar em casa, fiquei pensando em tudo o que estava acontecendo e quando eu achava que as coisas iriam melhorar, apenas pioravam. Estava sendo um ano muito louco para mim, era bizarro como as coisas podiam mudar do dia para noite e nós não

Louco, não é?

casa, guardei o carro na garagem e da porta dos fundos senti o cheiro maravilhoso da comida da Rosa, como eu senti saudades. Rosa era a moça que cuidava da casa e que cuidou de mim desde moleque,

sorri ao me aproximar da mesma que

beijo na minha testa e me abraçou — hoje eu me atrasei na comida, di — jogou o pano de prato por cima do ombro — patrão

Patrão te liberou, é? — roubei um pedaço de carne da panela

Rio de Janeiro, meu filho? Ficou tanto tempo lá que eu pensei que não ia voltar

ela fez cara

banho. Hoje pelo milagre divino estava fazendo calor em São Paulo, não tanto quanto o do Rio mas estava abafado. Deitei um pouco na espera do almoço ficar pronto e peguei no sono ali mesmo, eu

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