NÓS
Chapter 64: Capítulo 63
Manuela.
Eu estava nervosa, estava escutando uma discussão vindo lá de fora. Um dos capangas do Gael entrou segurando uma pistola na mão, me pegou pelo braço e foi me guiando em direção a porta.
— Pra onde está me levando? — choraminguei.
Pra fora do galpão dava para um terreno aparentemente abandonado, tinha algumas peças e ferros espalhados, todo o local parecia ter sido um fábrica no passado. Algumas partes tanto na parede quanto no chão eram queimadas, tinha também entulhos e sacos de lixos por toda parte.
Esse galpão parecia ficar no meio do nada, não se via uma casa por perto e o que iluminava ali eram os faróis do carro.
— Vamos, não temos tempo a perder aqui — ouvi a voz de Gael.
— Pra onde vocês estão me levando? — perguntei desesperada.
— Calada — um homem alto, forte e vestido em uma calça jeans clara e uma blusa preta colocou uma fita em minha boca.
Comecei a me debater, todo meu corpo doía muito e estava sentindo uma cólica fraca. Mas não podia deixar que Gael me levasse, havia dois carros parados em frente ao galpão, um deles estavam com a mala aberta provavelmente na minha espera. O capanga de Gael me levou segurando pelo braço até no carro, me jogou na mala e a fechou.
Eu chorava muito, minhas lágrimas desciam sem controle, minha vida tinha acabado ali e o pesadelo que eu achava que tinha vivido todos esses meses, tinha começado ali e agora. O porta malas foi aberto, era Gael, ele me pegou pelo pescoço me deixando cara a cara com ele.
— Nós vamos embora — sentia sua respiração sobre meu rosto — agora só vai ser eu, você e o nosso filho — riu. Senti nojo dele naquele momento.
Um barulho de cirene tomou conta do silêncio, Gael me jogou de volta pra dentro do porta malas e o fechou. O que estava acontecendo? Era a polícia?
Eu não conseguia escutar nada além das cirenes e das portas do carro sem batidas. Pedia a Deus que fosse uma salvação, que me libertasse desse pesadelo que eu estava passando e que não me deixasse passar minha vida ao lado de Gael.
Eu preferia morrer.
braço e
o que você fez, sua vagabunda — ele estava nervoso, tirou a fita da minha boca e puxou um revólver
destravada pra minha cabeça. Seus capangas abriram o portão de ferro do galpão onde eu fiquei e em frente ao mesmo estavam os carros da PM e do BOPE
coloque a arma no chão —
Se atirarem eu vou matar ela — Gael
refém e coloque
armas — Gael
jeito algum. Quase meia hora depois,
— disse em prantos — não acaba
boca,
uns disparos foram ouvidos, dois dos capangas de Gael caíram no chão e o os outros três foram algemados. Gael foi perdendo as forças aos poucos, ainda de pé atirou para todos os lados e
e veio correndo
e me apertava contra seu peito. Depois de dias vivendo o inferno, eu tinha a sensação de estar segura agora, ali
no meu ouvido — acabou, está tudo bem
chão no meio de sangue me deu uma estranha sensação de alívio. Ver que ali estava a pessoa quem um dia eu amei, que nosso ciclo tinha de encerrado da
escorrer sobre minhas pernas, me afastei de Diego e olhei para o chão. A dor, que tinha diminuído
A bolsa..— suspirei fundo —
equipe médica que estava presente no local me amparou, me colocaram deitada na maca e pediram para que eu respirasse fundo. Na ambulância, a enfermeira colocou oxigênio em
pediu gentilmente e eu
em volta procurando Diego —
um sorriso fraco
— perguntei com a voz
o hospital com os meninos, está tudo bem — deu