NÓS

Chapter 52: Capítulo 51

— Muito estranho mesmo, você não conseguiu ver quem era? — Lya guardou o material na mochila.

— Não, o Alex chegou e quando olhei pra trás ele não estava mais lá — tirei o telefone do bolso e chequei a barra de notificações.

— Estranho, piranha — prendeu o cabelo num coque — da próxima você liga pra polícia — rimos.

A aulas haviam terminado, estava sendo puxado demais no colégio, vários testes surpresas, trabalhos e preparação para o provão no final do ano. Encontramos os meninos no pátio, estava um falatório tremendo e quando Mariah desceu as escadas todo mundo começou a rir.

— O que houve, gente? — perguntei sem entender nada do que estava acontecendo.

— Parece que alguém não desistiu do macho escroto até hoje e acabou se dando mal — Lya disse rindo.

— Ela voltou para o Gael e pegou ele com outra, gravaram e postaram nos grupos, olha — um dos meninos que estavam com a gente me mostrou o vídeo.

Assisti o mesmo incrédula, chocada, mas não me surpreendia a atitude, ainda mais de quem. Mariah passou por mim me detonando com os olhos, não entendi o porque, já que eu estava cagando e andando pra ela e não tinha nada a ver com o que havia acontecido. Após passar por mim ela correu para o banheiro, suas amigas também correram em sua direção e por mais que eu não desejasse o mal pra ninguém, agora ela tinha sentido na pele essa humilhação.

— Quando chegar em casa toma banho de sal grosso, ela passou três milhões de coisas ruins pra você agora — dei o dedo médio e nós rimos.

Gael nunca prestou, isso era fato, só idiotas como eu, Mariah e um monte de garotas que algum dia achou que naquele ser havia algo de bom. Fui embora com Lya, agora eu pegava ônibus no mesmo ponto que o dela, andava um pouco mais mas ainda e estava me acostumando com isso. Cheguei em casa lá para as uma e pouca, tomei um banho, arrumei a casa e fiz meu almoço. Hoje era sexta, o pessoal estava marcando de ir para uma boate no Leblon, certamente eu só poderia ir depois do trabalho mas ainda estava pensando sobre o assunto.

Pela tarde estudei um pouco, vi uns filmes e quando deu quatro e pouca fui me arrumar para ir para a lanchonete. Sexta era o melhor dia na mesma, ela ficava mais que lotada e rendia bastante. Cheguei na lanchonete junto com Edu, arrumamos tudo e abrimos ela cinco e meia em ponto.

Vamos a luta.

...

Tinha saído da lanchonete fazia meia hora, hoje ficou mega movimentada e eu estava mais que cansada, eu estava destruída. Depois de muita insistência aceitei ir para tal boate que o povo havia marcado, seria algo rápido, não iria ficar muito tempo.

Vesti uma calça pantalona preta e um cropped florido, um tênis old school e fiz uma reboco reforçado, o que eu mais tinha agora eram olheiras. Eram duas da manhã quando pedir o Uber, Leblon apesar de parecer perto era bastante chão de Copacabana, mais ou menos uma hora.

Mensagem on.

Lya Vaca

Tá vindo de fusca na contramão?

Eu

Caio

Quero te ver..

Tá em casa?

off.

foi duas e meia eu cheguei na balada, o

tinha medo de não ser atropelado, querendo ou não era uma

onde eles

fosse na marra, não tinha gastado

de uns segundos caçando o pessoal pela boate, os encontrei envolta de uma mesa

porraaa — Lya gritou

Mais que bêbada, transtornada.

cheguei e já está bom de bebida pra você — disse enquanto a

mesmo

o resto do pessoal e peguei uma garrafinha de água que

de ingerir

uma menina que também estava conosco rolou. Eram quatro da manhã, tinha ido no banheiro e

mojito, por favor — disse para

álcool — dei um sorriso

Você está em todo canto? — olhei para Diego

se você gosta de me perseguir? — colocou um palito no canto da boca e eu rolei os

meu pessoal. A noite foi ótima, me divertir demais com todos e quase no final paguei o preço por ser a única sóbria do rolê: cuidei de Lya enquanto a mesma tinha dado

flores, não

vezes trocamos alguns olhares e também senti que ele me observava de longe. Não ia negar, também olhei algumas vezes enquanto ele estava de costas, ele usava

sendo a mesma, eu odiava ele

Nós nos odiavamos.

o Uber para poder ir embora, eram cinco da manhã quase seis, haviam muitas pessoas jogadas pelo meio-fio e outras sendo colocadas para fora da boate,

um dia

minha frente, não dei confiança e continuei mexendo no celular na esperança de conseguir chamar

Quer carona? — perguntou com

encarei por uns segundos, não acreditava que até na hora de eu ir embora eu não havia paz. Diego estava por todo canto, por todo lugar. Entrei em seu carro colocando o cinto, ele foi quase voando pela avenida e

rádio que tocava música. Diego estacionou o carro em frente ao portão social, peguei minha bolsa no chão do carro e quando fui destravar o cinto nossos rostos se aproximaram, certamente

para que ele explorasse minha boca. Sua mão se entrelaçou no meio dos meus cabelos e sua outra mão segurava firme em meu rosto, o fogo em mim subiu, cada vez que nos beijávamos eu

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